Checagem de fatos: Dino não defendeu permitir furtos; post corta trecho sobre penas alternativas

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Em 2 de fevereiro, o senador e ex-ministro da Justiça Flávio Dino, que deve assumir o Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 22, defendeu a punição de furtos com penas alternativas à prisão. Isso contradiz as sugestões de posts nas redes sociais que afirmam que ele permitiria a prática do delito.

Posts no Instagram com um trecho de uma entrevista coletiva concedida por Dino na quarta-feira omitiram a parte da resposta em que o ex-ministro defende a punição a furtos. As postagens checadas afirmam: “ATENÇÃO VAG@BUNDAGEM. PODEM FURTAR”. No TikTok, um conteúdo alega que Dino pretende descriminalizar pequenos furtos.

No trecho reproduzido nos posts checados, Dino afirma: “Estuprador tem que ser preso. Homicida tem que ser preso. Autor de crime hediondo tem que ser preso. Mas uma pessoa que eventualmente praticou um delito de trânsito? Um furto? Mesmo situações envolvendo crimes relativos a patrimônio, de um modo geral. Então, imagino que seja por aí.”

As publicações omitem a parte anterior da declaração, disponível na íntegra da entrevista, divulgada pelo governo federal no YouTube. O senador defendeu punições alternativas à prisão para quem não cometeu crimes violentos ou com “grave ameaça à pessoa”. Segundo Dino, medidas como monitoramento por tornozeleira eletrônica e prisão domiciliar “não significam leniência”.

“É claro que você não vai desencarcerar e botar no meio da rua. Você tem que ter um sistema de acompanhamento, de monitoramento para a alternativa penal ser rigorosa”, afirmou o ex-ministro. “O cárcere… não é a gravidade propriamente da pena corporal, mas sim a certeza da punição. E punição não é igual à prisão. Então eu espero que algum momento chegue a esse estágio civilizacional para fazer com que não tenhamos uma população carcerária ascendente.”

Veredito: Enganoso. O vídeo omite que Flávio Dino defendeu punir crimes não violentos, como furto, com medidas alternativas à prisão.


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