O candidato e a ave: uma parábola sobre o eleitor interesseiro


Havia uma terra onde a democracia florescia, mas também onde a astúcia política se erguia em cada esquina. Em uma reunião para planejar uma campanha eleitoral, um candidato astuto pediu que lhe trouxessem uma ave.

Quando a ave foi trazida, o candidato agarrou-a firmemente com uma mão enquanto com a outra começou a depená-la cruelmente. A ave, desesperada pela dor, tentou em vão escapar, mas suas asas já estavam inutilizadas. Assim, o candidato arrancou todas as suas penas, deixando-a vulnerável e exposta, enquanto proclamava:

"Agora, observem atentamente."
O candidato soltou a ave no chão e se afastou um pouco, pegando um punhado de grãos de trigo. Começou a espalhar os grãos pelo chão da sala, enquanto todos observavam, perplexos, como a ave, sangrando e ainda tremendo de dor, corria atrás do candidato em busca das migalhas, dando voltas pela sala.

A ave o seguia fielmente por todos os lados, ignorando a dor e a indignidade que havia sofrido em suas mãos. Então, o candidato olhou para os presentes, que estavam totalmente surpresos, e proferiu suas palavras de sabedoria:

"Assim, facilmente, se governa aqueles que não pensam por si próprios. Viram como a ave me seguiu, apesar da dor que lhe causei? Tirei-lhe tudo, suas penas e sua dignidade, mas, mesmo assim, ela me segue em busca de migalhas."

Contextualização: "Assim como a ave, muitos seguem seus governantes e políticos. Apesar da dor que estes lhes causam e mesmo lhes tirando a saúde, a educação e a dignidade, o povo muitas vezes se contenta com migalhas passageiras. Pelo simples gesto de receber um benefício barato ou algo para se alimentar por um ou dois dias, eles seguem aqueles que lhes oferecem as migalhas do dia, sem pensar nas consequências a longo prazo."

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